Os desafios do setor pela voz das executivas

Em um painel composto só por lideranças femininas, discutiu-se o panorama do setor e os principais

Composto em sua totalidade por executivas mulheres, o primeiro Painel do ANM ’23 teve como tema o desenvolvimento do setor e seus principais desafios. Moderados por Mariana Menezes, gerente jurídica-regulatória da ABR, elas discutiram o panorama dos aeroportos e seus maiores desafios, em um cenário pós-pandemia.

Ana Benevides, chefe de Gabinete da ANAC, levantou a questão dos desafios da inclusão no setor aéreo, chamando a atenção para a necessidade de haver um trabalho coordenado do setor voltado para a maior capacitação e consequente inclusão de profissionais mulheres no mercado de trabalho do setor aéreo. Ela ressaltou ainda o Programa Asas para Todos, da ANAC, que visa a fomentar a diversidade, equidade e inclusão para passageiros e profissionais na aviação civil.

Paola Aires, advogada e sócia da Dutra e Associados, falou sobre a consensualidade e o desafio de acomodar os legítimos interesses de atores envolvidos em litígios oriundos de disputas no âmbito da gestão contratual acumuladas em mais de 10 anos de concessões aeroportuárias, enalteceu a negociação fora do Judiciário, em um ambiente no qual a atmosfera e os mecanismos de mediação são utilizados em favor do consenso, do acordo pelo fim da disputa, visando sempre ao interesse público: “É possível fazer acordos que são bons para o consumidor, concessionárias e agentes públicos, em um ambiente de cooperação”.

Para Jaqueline Gil, diretora de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, o desafio da expansão do turismo é passarmos dos famosos patamares estabelecidos pelo recorde de turistas registrado em 2018, com 6,7 milhões de estrangeiros e o recorde de entrada de divisas registrado em 2014, durante a Copa do Mundo, com US$ 6,5 bilhões. “Estamos muito aquém da nossa possibilidade”, afirmou a executiva, falando da ambição de chegarmos, em 2027, a oito milhões de turistas e US$ 9 bilhões em divisas. Ela salientou que, para se chegar nesses números, são necessários investimentos e parcerias, como a estabelecida entre a Embratur e a ABR, que visa à valorização da imagem do Brasil no mercado do turismo internacional, priorização de destinos brasileiros e aprimoramento da experiência do turista estrangeiro.

A gerente de contas sênior da SITA, Simone Yoneshigue, abordou o desafio da implantação da tecnologia, um fator que se desenvolveu fortemente por conta da pandemia, com uma série de soluções biométricas e digitalização de processos. “Tecnologia não é o desafio, é a solução. Desafio é a convergência de agendas entre os vários stakeholders: aeroportos, empresas aéreas e governos. É alinhar interesses, prioridades, timing e suporte financeiro”, disse.

Jurema Monteiro, presidente da Abear, falou do desafio da convergência entre os diversos stakeholders do setor. Ela ressalta que 2023 se consolidou como a volta da vontade de viajar pelos brasileiros, mas que ainda há muito por fazer, como enfrentar o aumento de custos do setor e a descontinuidade de alguns segmentos que impactam na cadeia produtiva onerando todo o processo. Indicando como maior desafio a atração de novos passageiros, Jurema destacou que “a palavra é convergência, esforço cooperado, ações conjuntas, construindo uma agenda com diferentes atores: governo, Congresso e os parceiros privados, como a ABR”.

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